Confissões da Tetê
- #LuaDeCafé
- 27 de jan. de 2018
- 3 min de leitura
As confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática. Ufa, depois de falar esse título, faça uma pausa para respirar, respira porque o livro é MARA!
Nunca tinha lido nada da Thalita Rebouça, mas agora já me sinto best dela (ou quase, mas virei fã! Isso, com certeza)

Tetê acaba de se mudar com a família toda para a casa dos avós em Copacabana. Ela e seus pais se mudaram porque o apartamento deles teve que ser vendido após a demissão do seu pai.
E a rotina de Tetê mudou, além de perder a privacidade, pois agora tinha que dividir espaço com mais pessoas, incluindo seu biso (posso falar? Toda família dela é mega fofa, são mega parecidos com os parentes que acredito que todos temos, hilários e ao mesmo tempo inconvenientes), a única coisa que deixava Tetê feliz era cozinhar, e isso ela fazia muito bem! Inclusive, o livro têm as receitinhas MARA da querida Teanira, como ela mesma fala, Sim, Brasil, Polo Norte e China, o nome dela é Teanira, e isso rendeu alguns apelidos maldoso na antiga, além de zoaram dela por causa de sua aparência. Mas tudo tem seu lado bom, com a mudança veio também a escola nova, colegas novos e novas possibilidades. Foi basicamente isso que o Dr. Romildo, psicologo e psiquiatra que a mãe da Tetê fez questão que ela consultasse disse, e essa consulto teve realmente efeito na vida menina.

Tetê conheceu Davi e Zeca que viraram seus amigos, descobriu que não era única que sofria bullying, mas dessa vez não estava sozinha, na escola nova ela também conheceu o que ela chamou de “seu lindo, seu “deuso”, seu príncipe”, por quem ficou “caidinha”, não apaixonada, mas “caidinha”, Tetê prometeu a si mesma nunca mais se apaixonar. Mas toda história que tem um príncipe, tem também uma vilã, a Metidina, digo, Valentina, que a cada maldade ganhava um apelido hilário na mente criativa da Tetê.
Conforme as mudanças, conversas, aventuras e dilemas da adolescente vão prosseguindo, uma nova garota vem aparecendo, Tetê começa a criar novas receitas estilo Geração Saúde e começa a aceitar o fato de que mudanças são necessárias e muito vezes importantes.
A forma como o tema bullying foi abordado na história é bem bacana, porque mostra os dois lados do problema, tanto a vítima quanto o agressor, a história se passa de 15 aos 80 mais ou menos, mostrando inclusivo o lado maldoso dos nossos queridinhos avós, afinal tudo mundo tem ou teve um momento em que para não ser julgado, acabou julgando alguém, fofocando sobre a vida do vizinho entre outras coisas que podem ter acontecido sem maldade, e durante a trama Tetê se vê várias situações, ela é uma personagem muito FOFA, de verdade, ela se coloca no lugar dos outros, têm seus medos, seus dramas e sua verdade, tanto que você começa a torcer para um final lindo para ela (comigo foi assim). Uma história bacana, agradável.

De verdade. Incluindo as partes nem tão legais que fazem parte da vida. As tristezas, a morte de entes queridos, e o que chamam de “drama de adolescentes”.Você que tem ou já passou pelos 15 anos com certeza vai se identificar (mesmo que minimamente) com a Tetê ou com algum amigo, colega ou alguém da família dela. Vai repensar em como você era na escola e o que fazia para ser aceito, notado e até mesmo que deixou de fazer por medo de alguma coisa.

Outra coisa bacana na história é que os pais da Tetê perceberam que a filha precisava de ajuda, claro, da maneira torta deles, mas com bom intenção, tanto que Tetê retorna ao consultório do Dr. Romildão (como ela gostava de chamá-lo) pois ele foi uma das peças fundamentais para o recomeço da garota, levantando aí a bandeirinha da atenção, do cuidado com questão sérias como o bullying, mostrando como é bom falar sobre o que a gente sente, sendo ou não importante, que é necessário conversar, desabafar e chorar rios quando necessário.
“Porque no fundo todo mundo se sente um pouco excluído e mal-amado, todo mundo tem seu drama. Seus dramas. A gente não está na pele do outro pra sentir.”
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